segunda-feira, 1 de junho de 2015

Valorizar sem idealizar!

Não há como uniformizar condutas, posturas e idealizarmos certos grupos humanos/sociais. Tratar a complexidade das relações humanas de maneira linear e uniforme é, no mínimo, equivocado. Precisamos parar de dividir o mundo em dois pólos antagônicos que pressupõem reduzir a realidade em “branco mau x negro bom”, “homem agressor x mulher vítima”, “hétero opressor x homo oprimido”. É importante revelar o que é bom e denunciar o que é mau, contanto que fujamos, sempre, das idealizações. A ideia é valorizar o positivo, mas sem idealizar.

Percebo que muitos caem nessa idealização de certos grupos sociais, eximindo-os de qualquer culpa que possam ter, tratando-os sempre como vítimas, sem sequer por um momento pensar nas suas individualidades humanas. Idealizar esses grupos, descartando suas singularidades, leva-nos a fantasiar e florear a realidade de tal maneira que a discriminação continua presente, porém, camuflada aos olhos dos que idealizam.
Um exemplo prático disso é nutrir aquela visão romântica e ideal de mulheres vítimas, oprimidas pela desigualdade, de negros oprimidos e infelizes, sobrevivendo diariamente numa sociedade extremamente racista, de pobres tristonhos, cheios de vontade de trabalhar e estudar, só esperando uma baita oportunidade bater em sua porta, de homossexuais coitadinhos, deprimidos, massacrados diariamente por heteros preconceituosos.

Sabemos que, apesar de todas essas situações serem – infelizmente – reais, elas não são “a regra” e que nem sempre é assim. Um exemplo ainda mais comum disso é a questão dos moradores de rua. Geralmente, quando pensamos em um, sentimos pena, culpa por termos tanto e ainda assim reclamarmos, enquanto outros moram nas ruas e não têm o que comer. Sentimo-nos até impelidos em ajudá-los e fazer algo em prol desses indivíduos. No entanto, basta sairmos nas ruas de grandes centros urbanos que encontraremos realidades bem distintas destas. Lá existem pessoas nestas situações, sim, porém, também existem pessoas que têm oportunidades de saírem dali, mas não o fazem porque NÃO querem o fazer. Ou seja, ao idealizarmos a imagem desse grupo de pessoas – moradores de rua – distanciamo-nos da complexidade que é a realidade dos diferentes tipos de pessoas que compõem esse grupo.

Minha ideia é que, como eu disse anteriormente, não devemos deixar de nos indignar com toda e qualquer injustiça que permeia nossa sociedade, com a maldade que está presente em todo tempo e lugar. No entanto, não devemos também atribuir essas qualidades a apenas um determinado grupo de pessoas. O ponto central de tudo é entender que a questão “racismo”, “preconceito”, “violência” e “intolerância” não tem a ver com gênero, cor ou orientação sexual. Mas sim com raça: homo sapiens. O ser humano é mau, seja ele branco, negro, mulher ou homem.

Uma cosmovisão bíblica:

E essa é a resposta bíblica para a origem de toda desigualdade e injustiça que vemos na humanidade. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” {Romanos 3:23}. A partir do momento que a natureza do ser humano tornou-se corrompida, após a queda de seu primeiro representante, Adão, o mal se instalou em sua essência e, desde então, tem influenciado seus atos e inclinações.

Logo, vejo que lutar contra o preconceito, violência, discriminação, como se fossem um fim em si mesmos, não é eficaz. Como cristã, penso que o Homem precisa mais do que desconstruir preconceitos e atitudes desumanas, ele precisa mudar sua essência.
E, a única maneira de alcançarmos tal transformação, está claramente respondida na continuação do capítulo 3 de Romanos, após o versículo 23, que diz:

Sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. {Romanos 3:24-26}

Pela fé no sacrifício de Jesus e pelo arrependimento das velhas obras, o homem tem a chance de mortificar sua velha criação – que está caída e corrompida – e nascer de novo, no espírito, tornando-se um novo homem em processo de recriação: Deus recria o homem de dentro para fora, através de sua multiforme graça que, continuamente, opera em seu coração por intermédio de Cristo Jesus, que agora habita em seu interior.
Essa é a gloriosa obra da cruz, capaz de unificar e estabelecer a paz entre todos aqueles que a ela se achegam.


Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.” {Gálatas 3:28}

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