terça-feira, 7 de outubro de 2014

Mulheres que amam Teologia e a esperança do futuro.


Quando se fala em teologia, normalmente as pessoas fazem uma associação imediata a sistemas doutrinários complexos, controvérsias infindáveis, linguagem técnica desconhecida do grande público, incessante especulações, muita teoria e pouca prática, sendo, portanto, vista como algo enfadonho e que pouco interessaria a uma mulher e mesmo grande parte dos cristãos em nossos dias julgam a teologia como algo desnecessário para a vida da igreja, afinal quem nunca ouviu a indagação: “Estudar teologia pra quê?” A razão dessa antipatia, segundo os próprios cristãos, seria por que a teologia apaga o fervor espiritual e torna as pessoas céticas e até mesmo arrogantes. A figura do teólogo é ainda mais assustadora; semelhante aos monges da Idade Média que viviam enclausurados em bibliotecas estudando obras raras, traduzindo textos de línguas mortas e pesquisando sobre assuntos de pouco interesse para a maioria das pessoas.

Mas a teologia não está limitada aos acadêmicos e eruditos, na verdade todos nós somos teólogos, mesmo as pessoas que desprezam a teologia elas fazem teologia quando respondem a perguntas como: Deus existe? Quem é Deus? Porque você é cristão? Por que você acredita que o homem é salvo por meio da fé? Em que você baseia a sua crença nisso ou naquilo? R. C. Sproul apropriadamente disse:
“Nenhum cristão pode evitar a teologia. Todo cristão é um teólogo. Ele pode não ser um teólogo no sentido técnico ou profissional, mas ainda é um teólogo. A questão não é ser ou não ser um teólogo, mas se somos bons ou maus teólogos.”
Então como todos os cristãos fazem teologia (seja boa ou ruim), ao manifestar sua crença e defende-la argumentando a partir das Escrituras, com as mulheres não é diferente e podemos ver, ainda que sutilmente, um número crescente de jovens mulheres interessadas em teologia, lendo os grandes teólogos do passado, participando de conferencias teológicas, comprando livros doutrinários e uma explosão de blogs e pages voltados para a área teológica nas quais vemos a presença mulheres como membros ativos de suas publicações. Todo esse interesse do publico feminino em aprofundar o entendimento no conhecimento bíblico tem refletido numa postura bastante esperançosa, pois essas jovens têm resgatando para suas vidas o elevado conceito do casamento, o chamado para ser esposa e mãe, o conceito bíblico de submissão, a modéstia, a busca por pureza e uma docilidade contagiante quanto ao que Deus é e a Sua vontade revelada e esse é exatamente o propósito da teologia: conhecer a Deus através do que Ele mesmo revelou de Si, mas não deve resumir-se a isso, conhecer só por conhecer, mas conhecê-lo para ama-lo! Nosso Senhor expressa no primeiro mandamento a Sua vontade de ser amado por Seu povo e nos convida continuamente para nos achegarmos a Ele, estreitar nosso relacionamento e depositar nossas afeições em Sua pessoa Bendita e totalmente desejável, mas para isso é preciso conhecê-lo, pois não podemos amar o que não conhecemos.
Ao conhecer e amar, consequentemente somos levadas a nos esforçar para agradar a quem amamos. E é nisso que está à esperança para nossa geração de mulheres, que ao conhecer a Deus e amá-lo, deve necessariamente buscar uma vida de submissão a sua Palavra e se conformar aquilo que Ele requer de nós, desprezando os conceitos rebeldes que imperam nesses dias conturbados e não aceitando os exemplos das “heroínas modernas” que são promiscua, dona do próprio nariz, faz o que quiser de suas vidas, abortam seus filhos, adulteram, são escravas de seus patrões, não respeitam seus maridos e abominam tudo o que Deus ama, mas que você, moça cristã, continue a persistir em conhecer a Deus através do estudo de Sua Palavra, da leitura de livros de pessoas que estudaram mais que você e que tem muito a te ensinar, a ouvir com atenção e respeito o conselho dos mais velhos, isso é agradável ao Senhor, a participar de estudos bíblicos, procure conversar com suas amigas sobre tudo o que você tem aprendido, se esforce para influencia-las para que elas tenham também o desejo de buscar conhecer a Deus e ore constantemente ao Senhor para preservar o seu coração em pureza e santidade. Muitas de vocês serão as esposas dos filhos de Deus que agora vivem neste mundo, eles assim como os do passado, precisam de auxiliadoras idôneas, mulheres que amam a Deus, que o temem e guardam os seus mandamentos, que são um refugio onde seus maridos encontram paz e ternura, vocês também serão as mães da próxima geração e a criação de seus filhos dependerá do que vocês sabem sobre Deus e do seu relacionamento de amor com Ele. Os filhos que vocês virão a ter precisam ser doutrinados no conhecimento verdadeiro de Deus e você e seu marido tem a responsabilidade de ensiná-los. Então continuem a se dedicar a estudar teologia, comprem muitos livros, assistam todas às conferencias que vocês puderem, participem de estudos bíblicos, conheça a historia da Igreja, se aprofunde no conhecimento doutrinário e sua aplicação, case todo esse conhecimento com uma vida de oração e procure ensinar a outros com humildade e mansidão “aproveitando bem cada oportunidade porque os dias são maus” (Ef 5.16), busque viver de forma “irrepreensível e inculpável no meio de uma geração corrompida e perversa, na qual resplandeceis como luminares no mundo” (Fp 2.15).
O Senhor Jesus disse que “a vida eterna é esta: que conheçam a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (Jo 17.3). Conhecer nosso Senhor é a vida eterna e nisso está à felicidade sem fim. Conhecer a Deus é o maior de todos os privilégios e quanto mais vocês o conhecê-lo mais irão ama-lo e mais se dedicarão em agrada-lo pela obediência a Sua vontade. Se nos deixarmos enfeitiçar pelos devaneios desse “cristianismo gospel” e desprezarmos as Sagradas Escrituras para irmos de mar em mar em busca de experiências sensoriais, as próximas gerações amaldiçoarão os nossos nomes, pois não deixaremos nada sólido para elas, como as antigas gerações deixaram para nós: o exemplo de que em meio a todas as invenções confusas que os seres humanos estão inclinados a se precipitarem colocaram a Escritura no lugar mais alto para que ela (e somente ela) nos diga quem Deus é, quem nós somos e o que Ele quer de nós. A teologia é de extrema importância para nossa vida e quando ela é desprezada o povo perece porque se relativiza os valores e preceitos de Deus, e princípios errados geram praticas erradas. Quando não conhecemos a Deus não podemos nos relacionar com Ele de forma correta, muito menos agrada-lo e nossa vida é um reflexo direto da nossa relação com Deus. Se formos corretas em nosso relacionamento com Deus, seremos corretas em todos os demais.
Que Deus continue a derramar a Sua graça sobre nós para que continuemos a avançar para aquilo que Ele quer que nós sejamos: filhas santas e irrepreensíveis (Ef 1.5), a semelhança de Seu Filho (Rm 8.29).
(Por Sonaly Soares, em: Cristãos Contra o Mundo Blog)

Os histéricos no poder

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 12 de dezembro de 2012 
          
Uma das experiências mais perturbadoras que tive na vida foi a de perceber, de novo e de novo ao longo dos anos, o quanto é impossível falar ao coração, à consciência profunda de indivíduos que trocaram sua personalidade genuína por um estereótipo grupal ou ideológico. 
Diga você o que disser, mostre-lhes mesmo as realidades mais óbvias e gritantes, nada os toca. Só enxergam o que querem. Perderam a flexibilidade da inteligência. Trocaram-na por um sistema fixo de emoções repetitivas, acionadas por um reflexo insano de autodefesa grupal.
No começo não é bem uma troca. O estereótipo é adotado como um revestimento, um sinal de identidade, uma senha que facilita a integração do sujeito num grupo social e, libertando-o do seu isolamento, faz com que ele se sinta até mais humano. Depois a progressiva identificação com os valores e objetivos do grupo vai substituindo as percepções diretas e os sentimentos originários por uma imitação esquemática das condutas e trejeitos mentais do grupo, até que a individualidade concreta, com todo o seu mistério irredutível, desapareça sob a máscara da identidade coletiva.
Essa transformação torna-se praticamente inevitável quando a unidade do grupo tem uma forte base emocional, como acontece em todos os movimentos fundados num sentimento de "exclusão", "discriminação" e similares. 
Não me refiro, é claro, aos casos efetivos de perseguição política, racial ou religiosa. A simples reação a um estado de coisas objetivamente perigoso não implica nenhuma deformação da personalidade. Ao contrário: quanto mais exageradas e irrealistas são as queixas grupais, tanto mais facilmente elas fornecem ao militante um "Ersatz" de identidade pessoal, precisamente porque não têm outra substância exceto a ênfase mesma do discurso que as veicula. 
À dessensibilização da consciência profunda corresponde, em contrapartida, uma hipersensibilização de superfície, uma suscetibilidade postiça, uma predisposição a sentir-se ofendido ou ameaçado por qualquer coisinha que se oponha à vontade do grupo.
No curso desse processo, é inevitável que o amortecimento da consciência individual traga consigo o decréscimo da inteligência intuitiva. As capacidades intelectuais menores, puramente instrumentais, como o raciocínio lógico verbal ou matemático, podem permanecer intactas, mas o núcleo vivo da inteligência, que é a capacidade de apreender num relance o sentido da experiência direta, sai completamente arruinada, às vezes para sempre.
A partir daí, qualquer tentativa de apelar ao testemunho interior dessas pessoas está condenada ao fracasso. A experiência que elas têm das situações vividas tornou-se opaca, encoberta sob densas camadas de interpretações artificiais cujo poder de expressar as paixões grupais serve como um sucedâneo, hipnoticamente convincente, da percepção direta. 
O indivíduo "sente" que está expressando a realidade direta quando seu discurso coincide com as emoções padronizadas do grupo, com os desejos, temores, preconceitos e ódios que constituem o ponto de intersecção, o lugar geométrico da unidade grupal.
O mais cruel de tudo é que, como esse processo acompanha "pari passu" o progresso do indivíduo no domínio da linguagem grupal, são justamente os mais lesados na sua inteligência intuitiva que acabam se destacando aos olhos de seus pares e se tornando os líderes do grupo.
Um grau elevado de imbecilidade moral coincide aí com a perfeita representatividade que faz do indivíduo o porta-voz por excelência dos interesses do grupo e, na mesma medida, o reveste de uma aura de qualidades morais e intelectuais perfeitamente fictícias.
Não conheço um só líder esquerdista, petista, gayzista, africanista ou feminista que não corresponda ponto por ponto a essa descrição, que corresponde por sua vez ao quadro clássico da histeria. 
O histérico não sente o que percebe, mas o que imagina. Quando o orador gayzista aponta a presença de cento e poucos homossexuais entre cinquenta mil vítimas de homicídios como prova de que há uma epidemia de violência anti-gay no Brasil, é evidente que o seu senso natural das proporções foi substituído pelo hiperbolismo retórico do discurso grupal que, no teatro da sua mente, vale como reação genuína à experiência direta. 
Quando a esposa americana, armada de instrumentos legais para destruir a vida do marido em cinco minutos, continua se queixando de discriminação da mulher, ela evidentemente não sente a sua situação real, mas o drama imaginário consagrado pelo discurso feminista. 
Quando o presidente mais mimado e blindado da nossa História choraminga que levou mais chicotadas do que Jesus Cristo, ele literalmente não se enxerga: enxerga um personagem de fantasia criado pela propaganda partidária, e acredita que esse personagem é ele. Todas essas pessoas são histéricas no sentido mais exato e técnico do termo. E se não sentem nem a realidade da sua situação pessoal imediata, como poderiam ser sensíveis ao apelo de uma verdade que não chega a eles por via direta, e sim pelas palavras de alguém que temem, que odeiam, e que só conseguem enxergar como um inimigo a ser destruído?
A raiz de todo diálogo é a desenvoltura da imaginação que transita livremente entre perspectivas opostas, como a de um espectador de teatro que sente, como se fossem suas, as emoções de cada um dos personagens em conflito. Essa é também a base do amor ao próximo e de toda convivência civilizada. 
A presença de um grande número de histéricos nos altos postos de uma sociedade é garantia de deterioração de todas as relações humanas, de proliferação incontrolável da mentira, da desonestidade e do crime.