sábado, 20 de junho de 2015

Não tenha medo de ser feminina




Muitas mulheres têm pavor de serem femininas por acharem que expor esse lado para todos pode transmitir uma imagem de mulher frágil, muito focada na aparência, que não pega no pesado para não quebrar a unha e que precisa dos homens para qualquer coisa.
Para fugir desse rótulo, acabam se tornando do tipo “cabra macho”: aquela que vai à luta e não perde tempo com reclamações. Para mostrar que é forte e não tem medo de nada chega até a ser grosseira.
O que esses dois tipos não entendem é que os extremos não valorizam a capacidade que somente as mulheres têm: a de ser delicada e forte ao mesmo tempo. É ela que nos diferencia dos homens.
A consultora de Etiqueta e Marketing Pessoal Ligia Marques ressalta que o conceito de feminilidade hoje em dia é confundido com fraqueza.
“O movimento feminista leva qualquer comportamento mais delicado de uma mulher ou uma atitude gentil de um homem ao patamar de ‘incitação ao machismo’. Ser feminina é ter atitudes delicadas, firmes e autênticas ao mesmo tempo e na medida certa. Não tem nada a ver com a imagem de uma mulher necessariamente frágil.”, destaca.
A escritora Núbia Siqueira, salienta que a voz mansa, os acessórios cor-de-rosa, os vestidos e laçarotes não são indícios de que uma mulher é feminina. “Ser mulher tem um encanto enorme que está associado a um comportamento bonito, natural e diferente ao comportamento que o homem tem.
Vemos hoje mulheres que, para provar que são fortes, incorporaram o comportamento bruto masculino, como a rudeza, os palavrões, o autoritarismo, a agressividade, cara amarrada, frequência a bares, as bebedeiras e muitas outras coisas.”
É perfeitamente possível ser uma mulher forte sem ter um comportamento masculinizado.
As novas atribuições da mulher moderna não querem dizer que tenha que deixar de lado aquilo tudo que a faz diferente dos homens. Saber conciliar a feminilidade com as exigências de uma postura mais enérgica é o segredo das mulheres que têm sucesso em todas as esferas”, explica a consultora Lígia Marques.
Ela aproveita para dar duas dicas essenciais para quem quer explorar mais a feminilidade. “Não procure imitar atitudes masculinas e não se importe com críticas que dizem que você é muito feminina. Seja autêntica e use isso a seu favor.”
A escritora Núbia Siqueira também concorda que o segredo da feminilidade se concentra no comportamento. “A mulher chama atenção de forma positiva ao ser e ter aquilo que o homem não tem. Ou seja, ela consegue ser gentil, sensível às necessidades das pessoas, tem um olhar mais doce, um tom de voz agradável, é educada, discreta, etc. Investir em valores como a feminilidade, discrição e educação faz você tornar-se notável e praticamente singular em uma geração de tão baixos padrões”, conclui a escritora.

Núbia Onara


domingo, 7 de junho de 2015

O problema da autoestima


As sociedades tradicionais acreditavam que o problema do mal na sociedade era proveniente de uma autoestima muito elevada, soberba, nas pessoas. Portanto, estas precisariam de um bom choque de realidade e entendimento de sua maléfica natureza. As sociedades modernas, com um pensamento totalmente oposto, acreditam que o problema do mal social está na baixa autoestima, daí o homem precisar de uma boa dose de auto-estima, que o mostre o quão importante e especial ele é. Eu poderia dizer que uma das visões pode ser mais maléfica do que a outra. Contudo, não é esse o foco. O interessante está no fato de os dois tipos de problemas – baixa e alta autoestima – possuem a mesma raiz e essência: um ego exageradamente inflado, como um órgão inchado, ele encontra-se vazio, oco, frágil, atarefado e dolorido.

Está vazio, pois busca preencher a si mesmo com todo tipo de prazer, apoiando sua felicidade e alegria em qualquer coisa que encontra pela frente. Pode ser um objeto, uma pessoa ou até mesmo uma posição. Tudo pode servir para preencher o ego inflado. Contudo, estas coisas colocadas no lugar errado só acentuam ainda mais o vazio já existente.

Ele está inchado e dolorido, como um órgão doente. Geralmente não costumamos parar para pensar sobre nossos membros do corpo. Nossos dedos dos pés estão lá, e nós não costumamos prestar muita atenção neles. Até que um deles adoeça. Um órgão doente chama atenção. Ele passa a ocupar nossos pensamentos e preocupações. Assim é o ego inchado e dolorido. Ele pensa em si próprio o tempo todo. Preocupa-se exacerbadamente sobre o que pensam de si, sobre sua aparência e como os outros o tratam. E, quando uma dessas coisas sai errada, ele dói, ele fica dolorido. O ego inchado está em busca de atenção. Ele quer ser notado, quer ser o centro.

Ele está atarefado. Na verdade, atarefadíssimo! E, em especial, ocupa boa parte do seu tempo em duas coisas: vangloriar-se e comparar-se com os outros. O ego inflado é insaciável. Ele busca comparar-se aos outros apenas para poder verificar se ele é, de fato, melhor do que os demais. E, quando percebe que não é, sente-se vazio, tolo, irritado e parte em busca de novas coisas para fazer. Coisas que faz não por prazer e alegria, mas, simplesmente para poder “melhorar seu currículo” e então sentir-se melhor do que os outros.
Por último, ele está frágil. Como uma bexiga de festas, cheia de ar a ponto de explodir, assim está o ego inflado. Como ele está cheio apenas de coisas vãs e passageiras, não há nada de sólido dentro dele, ele pode explodir a qualquer momento.

Logo, percebo que tanto o ego que se sente inferior demais, quanto aquele que se sente superior a todos, ambos estão em busca de visibilidade, estão vazios e querem ser notados a todo custo.

A solução não está em mostrar que ele é bom ou mau. A solução, na verdade, está em ter uma nova visão de si. Uma nova identidade. Uma humildade que seja fruto do evangelho. E esta humildade manifesta-se em esquecer-se de si mesmo. Sem se importar com sua própria opinião e com a dos outros, a humildade advinda de Cristo leva-nos a saltarmos para fora de nós mesmos, olhando para Cristo e para o próximo, tiramo-nos do centro de tudo.

Saímos do julgamento. Não precisamos ficar a espera do veredicto de aprovação ou condenação que vem dos outros ou de nós mesmos. Ao contrário, nos apegamos apenas no veredicto que já nos foi dado, crendo que o julgamento já foi encerrado: O filho de Deus morreu por nós.

Agora não vivo mais eu, mas, Ele mesmo vive em mim. Já não é uma questão de quem eu sou, mas, isso é sobre quem Ele é em mim. Eu já fui aceita e amada. Fui abençoada e chamada de filha. Sei que sou especial para ele. Logo, o que me importa o que outros vão dizer sobre mim, ou até mesmo o que eu penso de mim? O que importa é o que ele pensa!

Tal convicção, de saber que o veredicto de Deus foi-me dado antes de eu fizer qualquer coisa que seja – portanto, ele não depende de mim – leva-me a tamanha alegria que me impulsiona a viver de maneira correta, simplesmente porque sei que fui amada. Não por vanglória, nem por auto-merecimento ou condenação, mas por gratidão.

Esqueça de si! Esqueça de buscar merecimentos e elogios o tempo todo.  Sabemos quando alguém é humilde, não quando este alguém vive a dizer o quão fraco ou pequeno é, mas, quando este alguém pára e ouve. E faz isso porque não está interessado em ter-se no centro de tudo, ao contrário, ele está interessado no que está fora de si. Dessa forma, esta pessoa conseguirá se alegrar com suas vitórias tanto quanto se alegrará com as dos outros.



Baseado no livro: Ego Transformado, de Timothy Keller. 

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Como chamar a atenção de Deus?


Tenho percebido o quão infantil podemos ser diante das más situações. E vejo o quanto nossa alma, manchada por uma natureza pecaminosa, é inclinada a buscar na afronta uma forma de chamar a atenção de Deus.
Quem nunca, ao perder algo que considerava importante ou ao não ter as coisas funcionando com planejara, não foi tentado a rebelar-se contra Deus e pôr nele toda culpa, voltando-se para o que é mau? É uma atitude bem simples. Você se decepciona e diz “também não confio em mais ninguém”. No fundo, nossa intenção não é mais deixar de confiar nas pessoas, mas, ao proferir essas palavras, desejamos chamar atenção de alguém – nesse caso, de Deus – e, quem sabe, poder ouvir palavras de consolo como “Não diga isso! Claro que você pode confiar, eu porei na sua vida pessoas que merecerão sua confiança!”. Contudo, não é isso que acontece. Em meio as nossas reclamações e indignações, ouvimos um belo de um silêncio. Os céus parecem não se moverem com as nossas queixas.

Na verdade, o que se move é a nossa consciência. Diante de tal mesquinha reação, nossa consciência, iluminada pelo Espírito de Deus, nos leva a perceber o quão tola é essa atitude. Compreendemos então que afronta não é, nem de longe, a melhor forma de chamar a atenção do Eterno. Na verdade, nós nem sequer precisamos o fazer! Basta lembrarmos que, em sua infinita graça e misericórdia, Ele escolheu voltar a nós sua atenção e compaixão. E, mesmo quando tudo aparentemente dá errado, sem entendermos o porquê, podemos confiar que todas as coisas – boas e ruins - cooperam para o nosso bem: Cristo está sendo formado em nós!

Como Cristo, não afrontamos o Pai quando estamos na cruz. Podemos derramar sobre ele nossas aflições, tristezas, lágrimas e decepções. Porém, sempre com o coração dizendo, em profunda adoração e resignação: Contudo, seja feita a tua vontade {Lc 22:42} (...) Deus meu, Deus meu {Mc 15:34}. 

terça-feira, 2 de junho de 2015

Dez traços de uma mulher piedosa







O que é ser uma mulher piedosa? Você tem uma mulher de Deus em sua vida? Uma mulher de Deus não é perfeita, ela está aprendendo a se abrir e  a ter confiança em seu Salvador. O nível de sua piedade não se baseia em comparações com outras mulheres (nem mesmo com a mulher de Provérbios 31), mas sim no seu compromisso pessoal com Jesus Cristo. Eis então, 10 traços que fazem - ou devem fazer - parte da personalidade de uma mulher que almeja ser piedosa:

1) Demonstrar uma íntima familiaridade com a Palavra de Deus

"O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus." (Mateus 4.4)

Você deve revelar a mulher piedosa que há em você nos pensamentos, palavras e conselhos que dá baseados na Bíblia e não em sua opinião. Você não precisa desperdiçar tempo falando das escrituras apenas para mostrar quão experiente e espiritual que você é, mas sim equilibrar fé e ações, sobre a palavra de Deus.
Saber ter respostas bíblicas para os desafios do dia-a-dia, é fundamental para qualquer cristão. E, uma mente em conformidade com a Palavra de Deus, só é formada através do estudo e da prática das Escrituras. Teologia não é coisa de pastor, ou de homem, apenas, mas é "coisa" de cristão maduro que ama o Senhor com todo seu coração e tem o desejo de expor Sua Verdade sabedoria e amor. 

2) Demonstre calma e tranquilidade de espírito


"Pelo contrário, esteja no ser interior, a beleza imperecível de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor aos olhos de Deus ."
 (1 Pedro 3.4)

Não retorça as mãos freneticamente nos momentos inesperados. Como uma mulher temente a Deus você tem a paz interior do Espírito Santo para te confortar, orientar e ensinar quando tudo parece estar fora de controle. Você aprende a colocar suas preocupações ao pé da cruz e deixá-las lá. Ter a plena confiança no fato de Deus estar no controle de absolutamente tudo em nossa vida, e saber que nada foge de Sua permissão, acalma nosso espírito e torna-nos mansas e tranquilas diante das adversidades do dia-a-dia, pois sabemos que Ele, apesar de qualquer coisa, está onde sempre esteve e estará: Em Seu trono de glória. 

3) Ser coberta de coragem e força


"Seja forte e corajoso. Não tenha medo; não desanime, pois o Senhor seu Deus, estará com você onde quer que você vá. " (Josué 1.9)

Como a nossa cultura despenca pela ladeira escorregadia do mundanismo e da imoralidade, você está confiante em seu Soberano Deus, e sabe que todas as coisas cooperam para o bem. (Romanos 8.28) Você se recusa a deixar o medo invadir seus pensamentos ou sentimentos, constantemente lembrando-se da promessa de Deus, de nunca te deixar. Que a força e a honra sejam os teus vestidos. 

4) Seja implacável em oração e intercessão

"Orai sem cessar." (1 Tessalonicenses 5.17)

Precisamos de mulheres piedosas para agarrar fervorosamente a lição de Jesus como a mulher Cananéia em Mateus 15.21-28. Se recusam a deixar que as circunstâncias ditem o resultado final  da fé. Como uma mulher de Deus, você nunca vai desistir de orar para os que tem corações duros ou necessidades mais profundas.

5) Seja generosa em recursos

"Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em ação de graças a Deus..." (2 Coríntios 9.11)

Como uma mulher de Deus, você vai estar com seu tempo, energia, afazeres e as finanças em dia, seja em época de fartura ou de fome. Você aprende a resistir ao medo de perder, devido a sua forte confiança em Deus para atender às suas necessidades, segundo as suas riquezas na glória e conceder todos os seus desejos de acordo com Sua vontade. É impossível permanecer egoísta ou avarenta ao contemplar a face de um Deus tão generoso, que foi capaz de conceder-nos a maior de todas as riquezas: Seu filho Jesus. Uma mulher piedosa busca tratar com generosidade aqueles que estão necessitados ao seu redor. Seja criativa e sensível diante das necessidades do seu próximo - mesmo que ele não seja tão próximo assim. 

6) Transmitir sábios conselhos

"Ela fala com sabedoria, e a instrução fiel está na sua língua." (Provérbios 31.26)

O conselho da mulher piedosa é dado com aplicações práticas nas verdades tiradas da Bíblia. Suas palavras gentis de sabedoria vão levar muitas mulheres, que procuram respostas para as perplexidades da vida,  ao Senhor. E o princípio da sabedoria é o temor do Senhor. Tema a Deus antes de aconselhar quem quer que seja, e busque no Senhor as palavras adequadas para cada tipo de situação e pessoa. Tal inspiração é resultado de oração e meditação em Sua palavra. 

7) Confesse suas falhas

"Confesso a minha iniquidade; Fico preocupado com o meu pecado."(Salmo 38.18)

Uma mulher de Deus reconhece que está perdoada e terá o cuidado de não pecar novamente. Ao confessar seus pecados a Deus, regularmente, seu coração permanecerá humilde e servirá de incentivo para que outras mulheres não caiam em tentação. Saber confessar nossas falhas diante de Deus, despindo-nos de todo ego, nos dá força e sabedoria para confessarmos nossas falhas diante dos homens também. Uma mulher piedosa e sábia não se recusa em dizer "Eu errei, perdoe-me".

8) Descontração e bom humor

 "O coração alegre é bom remédio." (Provérbios 17.22)

Em vez de exibir um palavreado sarcástico ou de zombaria às custas dos outros, uma mulher de Deus traz uma alegria contagiante por onde passa. Você aprende a não se levar muito a sério, porém sem sacrificar a verdade ou a justiça em suas conversas. Uma boa dose de bom humor e alegria pode curar relacionamentos e sentimentos destrutivos. Sorria!

9) Ser conduzida para concluir tarefas até o fim

"Tudo o que te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças." (Eclesiastes 9.10)

Como uma mulher de Deus, você está totalmente empenhada em terminar tudo com o melhor de sua capacidade. Quer se trate de casa, trabalho, ou igreja - sua confiabilidade reflete a convicção interior de trabalhar para Cristo e não para aqueles que a rodeiam. Sua reputação se torna sólida entre os crentes, bem como entre os incrédulos. Diz-se que melhor do que começar bem, é terminar algo bem. Se você tem dificuldades em ser constante e concluir tarefas até o fim, procure começar por pequenas coisas no dia-a-dia e, quem sabe, você não se lembra de alguma coisa não concluída em sua vida. Talvez esse pode ser um bom momento para concluí-las. Acredite, o gostinho de terminar tarefas pode ser melhor do que o de começar. Podemos começar empolgadas, mas ao terminar, o sentimento de "dever cumprido" empolga-nos muito mais! E a dica de ouro: Não inicie coisas importantes em sua vida sem ter a certeza que está disposta a ir até o fim. 

10) Perdoe tão facilmente como você está perdoada

"Perdoem como o Senhor vos perdoou." (Colossenses 3.13)

Você sabe que pode ser zombada, incompreendida ou maltratada por causa do evangelho. Como uma mulher de Deus, seu perdão é incondicional dado aos outros tal como você está incondicionalmente perdoada por Deus. Você escolhe perdoar, apesar de seus sentimentos, confia em Deus para curar todas as suas feridas em Seu tempo perfeito. Uma boa forma para conseguir oferecer perdão, não é apoiando-se num sentimento de misericórdia e compaixão - pois ele nem sempre existirá. Muitos dizem que não perdoam porque não "sentem" o desejo de o fazer, logo temem ser hipócritas. O ideal é buscar perdão no conhecimento que temos "Independente do que eu estou sentindo, eu decido perdoar, pois sei que fui perdoada de uma dívida muito maior". 

Você não poderá tirar sempre nota 10 em todos os requisitos divinos.  No entanto, confiando na mão de Deus, um dia de cada vez, passo a passo, você vai crescer em maturidade cada vez mais profunda em Cristo. Com a ajuda do Espírito Santo, mantenha em sintonia a mulher de Deus que há em você. Pode colocar a sua confiança em Deus, não só para a vida eterna, mas também para o propósito e direção da vida na terra.


Baseado no texto de: Cristal McDowell
(whatchristianswanttoknow.com); com adaptações minhas.
Tradução: Daniele Bosqueti
Cópia proibida sem os devidos créditos - autor / blog / tradutor

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Valorizar sem idealizar!

Não há como uniformizar condutas, posturas e idealizarmos certos grupos humanos/sociais. Tratar a complexidade das relações humanas de maneira linear e uniforme é, no mínimo, equivocado. Precisamos parar de dividir o mundo em dois pólos antagônicos que pressupõem reduzir a realidade em “branco mau x negro bom”, “homem agressor x mulher vítima”, “hétero opressor x homo oprimido”. É importante revelar o que é bom e denunciar o que é mau, contanto que fujamos, sempre, das idealizações. A ideia é valorizar o positivo, mas sem idealizar.

Percebo que muitos caem nessa idealização de certos grupos sociais, eximindo-os de qualquer culpa que possam ter, tratando-os sempre como vítimas, sem sequer por um momento pensar nas suas individualidades humanas. Idealizar esses grupos, descartando suas singularidades, leva-nos a fantasiar e florear a realidade de tal maneira que a discriminação continua presente, porém, camuflada aos olhos dos que idealizam.
Um exemplo prático disso é nutrir aquela visão romântica e ideal de mulheres vítimas, oprimidas pela desigualdade, de negros oprimidos e infelizes, sobrevivendo diariamente numa sociedade extremamente racista, de pobres tristonhos, cheios de vontade de trabalhar e estudar, só esperando uma baita oportunidade bater em sua porta, de homossexuais coitadinhos, deprimidos, massacrados diariamente por heteros preconceituosos.

Sabemos que, apesar de todas essas situações serem – infelizmente – reais, elas não são “a regra” e que nem sempre é assim. Um exemplo ainda mais comum disso é a questão dos moradores de rua. Geralmente, quando pensamos em um, sentimos pena, culpa por termos tanto e ainda assim reclamarmos, enquanto outros moram nas ruas e não têm o que comer. Sentimo-nos até impelidos em ajudá-los e fazer algo em prol desses indivíduos. No entanto, basta sairmos nas ruas de grandes centros urbanos que encontraremos realidades bem distintas destas. Lá existem pessoas nestas situações, sim, porém, também existem pessoas que têm oportunidades de saírem dali, mas não o fazem porque NÃO querem o fazer. Ou seja, ao idealizarmos a imagem desse grupo de pessoas – moradores de rua – distanciamo-nos da complexidade que é a realidade dos diferentes tipos de pessoas que compõem esse grupo.

Minha ideia é que, como eu disse anteriormente, não devemos deixar de nos indignar com toda e qualquer injustiça que permeia nossa sociedade, com a maldade que está presente em todo tempo e lugar. No entanto, não devemos também atribuir essas qualidades a apenas um determinado grupo de pessoas. O ponto central de tudo é entender que a questão “racismo”, “preconceito”, “violência” e “intolerância” não tem a ver com gênero, cor ou orientação sexual. Mas sim com raça: homo sapiens. O ser humano é mau, seja ele branco, negro, mulher ou homem.

Uma cosmovisão bíblica:

E essa é a resposta bíblica para a origem de toda desigualdade e injustiça que vemos na humanidade. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” {Romanos 3:23}. A partir do momento que a natureza do ser humano tornou-se corrompida, após a queda de seu primeiro representante, Adão, o mal se instalou em sua essência e, desde então, tem influenciado seus atos e inclinações.

Logo, vejo que lutar contra o preconceito, violência, discriminação, como se fossem um fim em si mesmos, não é eficaz. Como cristã, penso que o Homem precisa mais do que desconstruir preconceitos e atitudes desumanas, ele precisa mudar sua essência.
E, a única maneira de alcançarmos tal transformação, está claramente respondida na continuação do capítulo 3 de Romanos, após o versículo 23, que diz:

Sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. {Romanos 3:24-26}

Pela fé no sacrifício de Jesus e pelo arrependimento das velhas obras, o homem tem a chance de mortificar sua velha criação – que está caída e corrompida – e nascer de novo, no espírito, tornando-se um novo homem em processo de recriação: Deus recria o homem de dentro para fora, através de sua multiforme graça que, continuamente, opera em seu coração por intermédio de Cristo Jesus, que agora habita em seu interior.
Essa é a gloriosa obra da cruz, capaz de unificar e estabelecer a paz entre todos aqueles que a ela se achegam.


Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.” {Gálatas 3:28}